Wednesday, June 06, 2012

Em dívida


Crescer é difícil. Não sei exatamente por que motivo a vida está insistindo em me fazer encarar essa realidade. Perder painho e, dessa forma, o chão; me envolver em um acidente com vítima; ficar sem nenhum familiar por perto na hora que mais precisava; administrar burocracias antes resolvidas por mainha ou painho... Ninguém disse que seria fácil, né? Mas é engraçado como as coisas começam a fazer mais sentido depois de tudo isso. Sempre me achei medrosa e despreparada. Não entendia como, já que Ana Brito (mainha) e Ruy Pereira (painho) sempre foram, para mim e para o mundo, sinônimos de coragem. Tanta coragem que podia ser confundida com brabeza. E, nessas horas, como sou braba e corajosa! É de ficar impressionada comigo mesma. E é de ficar ainda mais impressionada com o fato de que contar, mas contar de verdade com alguém, principalmente nessas horas, é ainda mais difícil do que crescer.   

Quase enlouqueço Daniel no último mês e ele, ao invés de se afastar, não saiu do meu lado. Luquinhas e Nata, nem comento! Irmãos que a vida me deu e que, por isso, podem ser ferozmente sinceros, né Nata? Ou volúveis, né Luquinhas? Porque na hora do “vamos ver”, eles sim vão trabalhar de graça para me ajudar ou perder uma festa para não me deixar sozinha com o carro sem bateria. Eles, sim. Porque “ser de verdade” é para poucos, muito poucos. Claro que Daniel, Luquinhas e Nata não são os únicos amigos com os quais posso contar, graças a Deus! Pessoas maravilhosas que estão sempre ao meu lado também são exemplos de “ser de verdade”. Mas não se iludam, o número dessas pessoas não chega nem perto dos 900 amigos do face. E não chega mesmo! Ai, como sempre me alertou Nata, eu vou aprendendo a fazer menos por quem nada faz e mais, por quem merece. Ainda bem que meu saldo é grande, mas com alguns poucos, ainda estou em dívida!