Thursday, January 17, 2013

Nossa classe média



Eu adorei o filme “O Som ao Redor”, de Kleber Mendoça. Não sou cinéfila, não li nada sobre a película e fui assistir ao longa pelo simples fato de estar “dando o que falar”. Ainda bem!

O filme é o retrato da classe média recifense. E é, mais ainda, o retrato do nosso descaso com o que vira cotidiano. Estamos tão acostumados com olhar apenas para os nossos umbigos que perceber o óbvio, quando está dentro das nossas ruas e das nossas salas, nos parece impossível. Adorei a forma como a película foi construída, como se nada estivesse muito conectado para, no final, a “bomba” que ia assustar o cachorro terminar ocultando o que estava tão exposto, que ficou oculto.

Amei "O Som ao redor"!

Wednesday, January 16, 2013

Meus "Gonzagões"


Outro dia, durante o Programa do Faustão, Francisco Coco disse que todo mundo tinha uma história admirável de superação para contar. Não gosto do programa do Faustão, nem acho Francisco Coco o melhor ator do país, mas fiquei com isso na cabeça. Ontem, comecei a assistir a série de Luiz Gonzaga e ai fiquei com esse pensamento martelando na cabeça.

O que faz uma pessoa ter destaque? E depois de obtido o sucesso, o que faz com que ela mantenha a admiração alheia por mais de uma geração? 

Luiz Gonzaga era incrível, mas era confuso, era impulsivo, tinha uma estranha admiração por Lampião e pela vida militar. Enfim, Gonzagão era o máximo, e era humano. Como ele, mil sertanejos fortes conseguiram superar a pobreza, a ignorância, a falta de oportunidades, a falta de dignidade, a falta de respeito e venceram. Essas pessoas se mantêm anônimas, ele será, para sempre, Gonzagão.

Meus pais são os “Gonzagões” mais admiráveis que conheço. Superaram tudo que ele também superou (meu pai ainda superou uma família desestruturada pela constante ausência do pai) e conseguiram traçar uma carreira profissional de sucesso, construir uma família estruturada e dar dignidade para muita gente. Eles serão, para sempre, meus mais admiráveis “Gonzagões”.