Saturday, February 07, 2015

Minha utopia

Machismo mata. Preconceito mata.

Não sou mãe, mas espero que se um dia eu tiver um filho, seja do sexo feminino ou masculino, eu saiba educá-lo mostrando que todo direito exige um dever. Que homem não “ajuda” a mulher em casa. A casa é dos dois e são eles que devem zelar por ela. E zelar é limpar, cozinhar, colocar dinheiro para comprar a feira e tudo o que for preciso. Que o homem não é menos homem porque varre o chão, nem a mulher é menos mulher porque divide as contas e, se tiver mais dinheiro, paga uma parcela maior das despesas.

Não sou mãe, mas espero que se um dia eu tiver um filho, seja do sexo feminino ou masculino, eu saiba perceber os seus desejos e, claro, estar do lado dele independentemente de qual seja a sua escolha. Se ele for heterossexual, homossexual, transexual, o importante é que seja feliz. E felicidade a gente só encontra sendo o que a gente é. O que a sociedade deseja é problema da sociedade. Nós fazemos a sociedade e se nós mesmos não mudarmos nunca teremos uma sociedade melhor. Espero ter um filho, seja do sexo feminino ou masculino, saudável e feliz. O resto é escolha dele.

Não sou mãe, mas sofro por elas toda vez que uma filha delas é violentada ou agredida, sofro por elas toda vez que um filho delas é assassinado por gostar de outro homem, sofro por elas toda vez que uma vida é devastada pelo machismo ou pelo preconceito. 

A minha utopia é que, um dia, todas as pessoas se aceitem do jeito que elas são. Acredito que quem se aceita não perde tempo incomodado com o outro. Quem se aceita não perde tempo querendo provar nada a ninguém e ai, qual o sentido do machismo ou do preconceito? Nenhum.