Wednesday, February 02, 2011

Assim espero

O ano de 2010 foi diferente de tudo que vivi na vida.

“Tudo flui”, como dizia Heráclito, então é óbvio que tudo é diferente sempre, e eu concordo bastante com essa teoria, mas o diferente de que falo é ainda mais forte.
Pela primeira vez tive uma grande perda, uma insuportável de verdade.
Pela primeira vez achei que talvez fosse realmente melhor não estar mais nesse mundo, porque viver dói demais.
Pela primeira vez perdi o chão, como dizem em músicas que sempre achei exageradas e bregas.
Pela primeira vez tive vontade de chorar todos os dias. Quer dizer, com o fim do meu primeiro namoro eu senti isso também, mas não lembrava direito da sensação (eu tinha só 18 anos).
Pela primeira vez vi minha mãe deprimida.
Pela primeira vez achei tudo, tudo mesmo, sem a menor graça.
Pela primeira vez senti um montão de coisas que nunca tinha sentido.
E pela primeira vez não fiz planos, pensei em apenas tomar algumas decisões importantes e ir levando até o fim. E ta sendo difícil, mas eu espero conseguir.

2011 começa sem trabalho fixo, muito estudo e nenhuma perspectiva de ser aprovada em concursos nacionais com uma única vaga. Começa sem o meu, ainda desconhecido, príncipe encantado, que eu sei que será o pai dos meus filhos. Começa sem expectativas de viagens e o que quer que seja. E é tão libertador quando se sabe que uma hora tudo se resolve, exatamente porque a lista de metas não existe mais. E que o esforço precisa ser diário. E que nada acontece do jeitinho que a gente deseja, porque a vida seria outra coisa e não essa mistura de dúvidas e incertezas. E que tudo se resolve mesmo, e no final, é sempre do jeito que tem que ser.

E será.