Wednesday, December 27, 2006

Capítulos do tempo

Temas passados, que não foram resolvidos, sempre precisam do momento certo para voltarem a tona. Tão bom quando isso acontece e você consegue ver as coisas por outro ângulo. Quando tudo parece ter sido fruto de imaturidade.
Amizade é a superação das imaturidades. Amor é tolerar os defeitos da pessoa amada, e conviver bem com eles. Tão bom amar os verdadeiros amigos. E tão melhor saber que também é amada por eles.
Que as amizades continuem amadurecendo e os antigos problemas se dissolvendo nos capítulos do tempo!

Thursday, December 21, 2006

Tem gente de novo

Eu adoro começar meus posts com “tem gente” ou alguma coisa do tipo.
Na verdade, eu tenho manias terríveis tanto escrevendo, quanto falando, acho que termino tentando criar um padrão de mim mesma.
Mas o que eu quero dizer aqui é outra coisa. É que tem gente que consegue tornar o momento mais sem graça em especial. E que tem gente que consegue converter o ordinário em extraordinário o tempo inteiro.
Eu queria aprender isso com essas pessoas, mas como eu sempre digo, cada um tem seu talento, e um dia eu hei de encontrar o meu.
Agora, época de Natal e Ano Novo, tudo que eu queria era poder agradecer, principalmente a essas pessoas, por existirem em minha vida.
Parabéns aos ilustres ordinários dessa minha vida!

Sunday, December 17, 2006

Como tem que ser

“Outro Brasil dentro do próprio Brasil” é assim que você se sente em São Paulo.
As filas são preparadas sem que seja necessário aviso ou regulamentação. As terras, tão pouco produtivas como no Nordeste, parecem ter realmente dono, porque não se ver MST, MLT ou qualquer outro M que lute pelo que merece e não tem, enquanto outros poucos ganham lucros exorbitantes encima do que não fazem. As coisas funcionam, a riqueza é gerada e as opções são infinitas.
O trânsito é mais do que impossível de lidar, as pessoas são mais aceleradas do que eu e ao invés de pegar um táxi, as pessoas tomam o meio de transporte. Os verbos de ligação parecem uma invenção do Nordeste do país, porque aí se fala sem a utilização de nenhum deles. Rapariga não é moça como em Portugal, mas é bem menos pejorativo do que o nosso puta, afinal, mulherão até onde eu sei significa um elogio.
E os sorrisos são rápidos e superficiais, como tudo que é genuinamente paulista tem que ser.

Monday, December 11, 2006

:P

Meu amorzinho merecia a foto, mas eu não sei postar, nem sei tirar o textinho que ficou sem lógica sem a foto. Mas, o amor supera essas barreiras:). Um dia eu aprendo a postar foto, né?

:)

Porque as coisas acontecem e terminam mudando os rumos de tudo, mas diferentemente do que eu pensava antes de Marcinho, elas nem sempre têm que ser irreversíveis. Porque carinho e amizade não é tudo, mas é grande parte. Porque pode ser que os caminhos voltem a se desencontrar de novo, um dia, mas por enquanto estão mais do que encontrados. Porque eu queria homenagear a pessoa que mais me faz ficar bem sempre e que mais eu tenho vontade de ficar junto sempre. Marcinho já sabe o que eu sinto por ele, mas a fotinho ta bonita, né?

Ética é ética e Kotscho é Kotscho

Ética é uma coisa tão relativa que eu ainda não sei porque insisto tanto em lutar por ela.
Eu tava lendo “Do golpe ao planalto”, do jornalista Ricardo Kotscho, e só conseguia pensar em como deve ter sido emocionante participar do movimento das diretas ou de andar pelo Brasil e mundo afora, conhecendo a realidade tão desigual desse nosso povo brasileiro e desse nosso mundo, que só é pequeno e azul visto da lua, daqui ele á tão colorido e tão imenso, que é uma pena a existência do daltonismo.
Pois bem, Ricardo Kotscho foi assessor de imprensa do nosso presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desde a campanha de 1989, até a vitória de Lula em 2002. Durante os anos de 2003 e 2004 ele foi o secretário de imprensa da Presidência da República e saiu do governo em 2004, segundo ele, por questões pessoais. No outro ano, ainda durante o governo Lula, o jornalista lança o livro, que deve ter tido uma vendagem enorme na época do lançamento, deve ter tido, eu não tenho certeza disso.
A questão é, uma cara como ele, que teve informações mais do que privilegiadas sobre a vida pessoal e política de Lula, deveria ou não lançar um livro auto biográfico que tinha quase metade dos capítulos falando sobre a vida política e pessoal do nosso presidente que ele acompanhou de perto e que fez parte da vida dele também? Minha resposta é que isso é altamente antiético e anti-jornalístico. Era como colocar na matéria a fala conseguida em off do personagem. Bem, eu devo me preocupar muito com a ética mesmo. Kotscho é Kotscho, e quem sou eu pra achar alguma coisa dele?

Wednesday, December 06, 2006

Hiper ativa, eu?

Todo mundo diz que sou hiper ativa, que não consigo ficar sem fazer nada nunca, que tenho que estar sempre arranjando mil projetos a realizar.
Detesto o marasmo e o tédio total e detesto a falta de perspectiva, isso é verdade. Mas hiper ativa? Meu deus, queria de verdade ser.
Escutei do jornalista Vandeck Santiago que a disposição é uma forma de talento. Que maravilhoso saber que alguém além de mim, e alguém como Vandeck, pensa assim também!
O problema é exatamente porque minha disposição é relativa. Sou disposta sim, para as coisas normais da vida. Nada que exija muito desafio me interessa.
A questão é que tudo que é novo exige um pouco de desafio, conseqüentemente, tudo que é novo me assusta.
Que venha sempre o novo, e que meu medo se transforme sempre em costume e mais novidades voltem a chegar, até o último dos meus dias.
E que as pessoas continuem achando que eu sou hiper ativa, só assim elas arranjam uma justificativa pra minha fala rápida e cheia de gestos. Ah, e não reclamem dela, assim como o meu sorriso, não vou mudá-la nunca, porque eu sou eu por causa disso tudo.

Thursday, November 30, 2006

Injúrias pautadas

É engraçado como os jargões profissionais terminam tomando conta do nosso vocabulário diário, mesmo que eles sejam extremamente sem graça.
Os jornalísticos todo mundo usa, acho que porque essa minha futura profissão é muito sem moral mesmo! Veja só, os médicos começam com aquela história de processo endêmico, os economistas com as variações de não sei quantas naturezas e os advogados com as diferenças entre calúnia, difamação e injúria, como se adiantasse ter tanto nome diferente pra a impunidade continuar reinando independentemente das diferenças conceituais.
Mas os jargões empresariais são os que mais me chamam a atenção. Tanto em loja de roupa, boutique de luxo, quanto o dono de uma empresa do que quer que seja, falam do mesmo jeito. - Pois é, eu to precisando encontrar uma profissional assim, porque o assado que eu encontrei outro dia estava muito pouco em conta, ai to procurando algo mais em conta, sabe? – São os melhores!
Mas espero que os jargões não se transformem em hábitos de vida, afinal, as pessoas não são em conta, as contas é que não podem arcar com os gastos que elas trazem.
E as palavras pauta e release representam algo tão sem graça que eu ainda não entendi porque os não jornalistas gostam tanto de dizer. Vai entender, né?

Wednesday, November 29, 2006

E haja catinga

Hoje eu li um artigo de um jornalista anti-ético e arrogante sobre o Recife. Ta, jornalista anti-ético e arrogante é quase uma redundância, mas eu ainda posso sonhar em ser uma jornalista ética e humilde, então que assim seja.
Tentar argumentar que o Recife é um lugar seguro e tranqüilo ou que a questão dos tubarões da praia de Boa Viagem é pura balela, seria demais. Mas também é demais ler os comentários agressivos e arrogantes dessa cara.
“Hoje, e mais do que nunca, algumas localidades da capital pernambucana fazem jus ao próprio nome, como os Aflitos, Queimados e Afogados. Em breve, novos bairros devem surgir, como 'assaltados', 'esfaqueados', 'seqüestrados' e 'desesperados'. Ali pertinho, o clima também é tenso. Olinda, a capital brasileira da cultura, é, na verdade, uma cidade cheia de hippie, maloqueiro e artista plástico, três categorias que se entendem muito bem.” Agora me digam se eu vou ler um imbecil chamar artista plástico de maconheiro, como se ele nunca tivesse fumado maconha e como se eu tivesse que diminuir um artista porque ele fuma maconha. Se esse imbecil não aprecia arte o problema é dele, mas são raros os jornalistas que nunca fumaram maconha e do jeito que ele escreve, acho que ele deviria ser o maconheiro mor da turminha cult dele.
Mas a imbecilidade não pára por ai: “Outro programa inesquecível pode acontecer nas águas plácidas e tranqüilas de Boa Viagem. Ultimamente, tem tubarão atacando banhista com água no joelho. Eu mesmo vi a barbatana ameaçadora de vários. Só falta o cidadão ser mordido quando estiver na areia sentado numa daquelas cadeiras de banho, sendo surpreendido com o pulo do bicho com aquela boca cheia de dentes. Aliás, uma boa solução para moralizar a situação em Ponta Negra seria importar os bichinhos do Recife e treiná-los para arrancar os possuídos de gringo safado. A coisa vai ficar linda quando a maré encher, despejando embrulhos europeus entre volumes de sargaço e pêlos pubianos.”Pois então, se em Natal a situação da praia urbana deles ta muito imoral pra uma pessoa tão moralista como ele, melhor mesmo que ele esteja nas areias de Boa Viagem no dia que os nossos tubarões resolverem invadir a praia como um todo.
Mas ele termina poeticamente, como era de se esperar: “Os ares do Recife são encantadores. Ah, aquela catinga...” Como se esse texto dele não fedesse mais do que todos os canais da nossa cidade juntos!

Monday, November 27, 2006

Sem úlcera vale a pena

Falta de expressividade e falta de angustia a flor da pele. Que angustia a flor da pele essa mistura me dá!
Nada mais horrível do que uma história contada sem emoção. Nada mais horrível do que a tranqüilidade irresponsável da não angustia, da não ansiedade.
Ser ansioso sempre que necessário, melhor a ânsia de fazer certo, do que a tranqüilidade do não fazer na hora exata.
Mas que os ansiosos não tenham úlcera, senão minha tese perde todo o sentido, não é mesmo?

Thursday, November 23, 2006

Tinha que ser um Dubeux

Pobre coitado do assassino de Rafael Dubeux. Não que eu esteja fazendo uma apologia ao crime, ou à violência, ou a algo do gênero. Minha vontade é apenas de constatar o azar que esse jovem teve em assaltar e terminar matando um Dubeux, e não um mero garoto de classe média. Por que não era um estudante de direito, de uma faculdade particular do Recife, que tivesse dinheiro no caixa eletrônico, mas que se chamasse da Silva, dos Santos, ou dos Anjos. Era um Dubeux. Pois bem, agora a orla da cidade do Recife vai ser realmente monitorada. O policiamento vai ser aumentado. A segurança vai ser maior. E os pobres coitados dos assassinos dos das silva e dos santos, vão continuar matando. Mas a família Dubeux vai ter feito justiça. E o cartão postal do Recife, vai voltar a ser um lugar seguro.

Tuesday, November 21, 2006

Melhor seria a saudade

Tem pessoas que a gente passa anos sem ver e isso não faz a menor diferença nas nossas vidas.
Tem pessoas que a gente não pode passar mais de um dia sem pelo menos ouvir a voz porque parece uma eternidade dez minutos longe delas.
Tem pessoas que já foram as dos dez minutos, e hoje são as da indiferença de tempo.
Tem pessoas que a gente pode até passar anos sem ver, mas que sempre vão deixar aquele vazio de saudade.
Tem pessoas que são a própria saudade.
E tem pessoas que a gente vai encontrar no Hiper e vai ver que está casada, com filhos, com os cabelos tingidos e com a pele envelhecida. Mas eu espero, sinceramente, que as minhas pessoas dos dez minutos de hoje possam até chegar a ser a saudade, mas nunca cheguem a ser as pessoas dos alguns anos depois, no supermercado...

Monday, November 20, 2006

“Sonhos semeando mundo real”

Por que eu não lembro mais dos sonhos bons sempre? Todo mundo tem sua fase de pesadelos. Geralmente as crianças entre oito e dez anos vivem tendo pesadelos. Eu acho que é a fase em que as pessoas começam a sentir o peso do medo real, de que coisas ruins existem e podem afetar as nossas vidas de verdade.
Eu não faço psicologia, mas bem que gostaria de estudar melhor sobre a ciência dos sonhos.
Nunca passei da minha fase de pesadelos. Eles só mudaram de feições, de personagens, mas eles persistiram sempre! Acho que o meu medo real foi amadurecendo e virando meu companheiro eterno e mais fiel. Meu deus, que deprimente esta frase. Mas que verdadeira ela é também.
“Sonhos semeando mundo real”, e que meu mundo real vire mais corajoso. Porque senão sempre vou lembrar mais dos pesadelos. E os sonhos bons vão ser sempre como fotos desfocadas, mas não por efeito, por mera incompetência do fotógrafo.

Sunday, November 19, 2006

Yoga de sorriso

Rir é a síntese de tudo de bom da vida.
Tenho certeza que quando os meus pais não estiverem mais aqui a coisa que mais lembrarei deles será o sorriso único de cada um. O rosto todo vermelho, o barulho inigualável, as pernas subindo e descendo: vê meu pai rindo é a cena mais maravilhosa do mundo. Mainha eu nem comento. A barriga dela sobe e desce e o olhar fica envergonhado. É um sorriso tímido que no meio do silêncio solta a respiração alegre. Eu não sei como vai ser viver sem esses sorrisos.
Eu mesma não sei viver sem o meu sorriso. Quando ele é verdadeiro, me faz levitar. Acho que nem a yoga me deixou nunca tão relaxada quanto a minha dose de sorriso real.
Ai como eu detesto quando me mandam sorrir baixo. Sabe quando você está chegando à solução de um problema e alguém interrompe? Ou quando você está vendo a cena explicativa daquele filme de suspense cheio de reviravoltas e o aparelho de dvd não quer mais ler o cd? Pois é, quando interrompem meu sorriso a sensação é muito pior!
Como seria maravilhoso ter o prazer de devolver o anti-prazer que todos os “repreendedores” de sorriso me causam! Espero que um dia eu consiga. Mas, “mientras tanto”, vou continuar rindo ainda mais alto, quanto mais vezes me repreenderem. E que a liberdade de sorrisos vire lei. E que os sorrisos mais sinceros virem exemplo.

Thursday, November 16, 2006

Que gostinho!

Ai que gostinho de quero mais! Que vontade de duas bolas de sorvete (uma de menta com chocolate e outra de flocos) com muita calda e raspinha de amendoim. De torta de limão e holandesa no mesmo prato. De cafezinho expresso com bombom de hortelã. De doce de leite de vovó Rita. De bolo de rolo da casa dos frios.
Que vontade de filme de Almodóvar e livro de Allende. De conversas intermináveis no calçadão com Nick. De horas no telefone fazendo análise com Luquinhas. De tardes inteiras com Paulinha e almoços diários com Lucy. De finais de semana sem graça, mas com a graça eterna de Marcinho. Dos buffets da casa de Câmis e das fofocas nas idas e voltas da TVU com Jb. Das ambigüidades absurdas de Tiaguinho e dos barzinhos com Maguinha, Dudona e Aninha. Das risadas com a leveza de Bruninha e as saídas com Vivinha e Brunoca.
Mas que saudade de Natália Dornelas. Ela deixa aquele vazio que prova que nem tudo na vida é insubstituível. Vixe Nata, gostinho de tu aqui... E rápido!

O esconde-esconde continua

Escrever é como se esconder atrás das palavras. Mas se escondendo atrás delas é que a pessoa se encontra tantas e tantas vezes.
Encarar você mesmo é bem melhor dessa maneira. Se achar se escondendo... Tão contraditório quanto a minha pessoa.
Nunca gostei de brincar de esconde-esconde. Eu ficava tanto tempo escondida... O medo de ser pega era maior do que a vontade de adrenalina.
Eu sou aquela pessoa que só vive o desafio se for a última opção.
Pois bem, agora o esconde-esconde continua. Mas será que um dia eu vou sair rápido do refúgio e buscar ao invés de esperar?

Tuesday, November 14, 2006

Gente

Tem gente que só a gente sabe o quanto a gente se importa e o quão importante essa “gente” é pra gente.
Eu preciso acreditar mais em mim mesma, porque só assim as pessoas vão fazer o mesmo.
Mas tem gente, que mesmo que a gente não acredite na gente, acredita na gente mesmo assim.
E como é bom saber que tem gente que acredita na gente!
Tem gente que a gente se sente culpado por nunca conseguir expressar o quanto a gente quer o bem dessa “gente” mais do que tudo.
Tem gente que nem a gente sabe como consegue ser tão gente assim.
Mas, ainda bem que tem gente que ainda é gente de verdade.
E que essa “gente” continue sempre tão gente assim!

15 minutos

A programação televisiva espanhola contava com 15 minutos de publicidade. Se os três minutos de comerciais são uma verdadeira eternidade quando o controle remoto não está à mão, imagina o sofrimento dos 15 minutos!
Mas aí é que ta, as publicidades eram bem melhores e mais interessantes do que os programas de auditório e de fofoca de lá. Eram tão melhores, que eu mudava de canal exatamente depois que acabavam os comerciais.
Entre tantas, tinha uma propaganda que eu achava o máximo. Era mais ou menos assim: um menino bem tabacudo, daqueles nerds de escola americana que passa em filme teenager. Um outro tabacudo, jogador de futebol, com toda a goga de pegador. O tabacudo mor passa pelo nerd e derruba os livros dele. É claro que o problema não é o fato em si, é a humilhação e tudo o que isso representa num corredor de colégio americano. Um outro carinha, bem gatinho, malhadinho, lourinho (quem me conhece sabe que eu não gosto de louro). O mocinho da história vai lá e ajuda o nerd a arrumar as coisas dele. O final era o seguinte: “carácter, pasala!”
Ta bom, ta bom, eu sei que é piegas e que é simplória a propaganda. Mas é isso mesmo que eu acho. Se você tem caráter, tenha em todas as atitudes da sua vida. Por mais que ajudar o nerd não vá ser a melhor alternativa pra não queimar seu filme. Mas seria tão mais fácil se prova de caráter fosse como em filme americano, né?

Friday, November 10, 2006

Não tem preço

Conhecer é tão relativo! Eu me impressiono com a minha capacidade de conhecer sem saber que conheço. Mas e quando a gente conhece e não quer conhecer? Tão ruim estar ciente do que não gostaria que fosse. Tão estranho tentar ignorar o ignorável.
Uma vez eu escutei uma coisa que me extasiou. “Eliza, impagável é essa sua expressão”. Menino, senti que minha expressão era mais cara do que a propaganda fantástica do mastercard. “Não sei o quê mais lá não tem preço, para todas as outras coisas existe mastercard”. Bem, melhor não ter preço, né?
Mas, voltando ao raciocínio inicial, de que adianta tentar ignorar, se não consigo demonstrar que ignoro? Melhor parar de tentar ser o que não sou e deixar ser. Hum, mas ainda bem que existe mastercad. Vai que não dá certo tentar ser eu mesma, isso não tem preço, mas para todas as outras coisas...!

Thursday, November 09, 2006

Pequena demais

“Mas rapaz, a grande mídia é muita pequena”. Um bando de estudante de jornalismo junto, com estágio mal remunerado e muita aula teórica na cabeça só dá nisso. Mas, que bom seria ser aficionada pela grande mídia! Detesto ler jornal, meu pai diz que nunca vou poder ser jornalista detestando ler jornal. Eu leio, mas eu não gosto. É maior do que eu, suja minha mão e... suja minha mente. Tudo na vida é produzido, com o jornalismo não poderia ser diferente. Mas, é muito ruim sentir o quão produzidas são as coisas e o quão impossível é ser natural. Nunca quero entender de cinema, porque quero continuar vendo os filmes e me emocionando, ou me assustando, ou me irritando com as cenas. Mas, como assistir ao telejornal sem prestar atenção no formato da matéria, se o off ficou legal, se as sonoras estão boas? Meu deus, melhor seria ter uma paixão e me acabar por ela. O problema é exatamente essa falta de paixão. Assim, mas deve ser porque a grande mídia é pequena demais...

Tuesday, November 07, 2006

A medida certa

Existem coisas inacabadas, e que vão ficar inacabadas mesmo, não tem como ser diferente. Mas existem coisas que precisam ser resolvidas até o último momento, até o último centímetro.
Eu queria saber quando deixar por acabar e quando ir até o fim. Eu queria saber a medida certa de todas as coisas, pelo menos das que me rodeiam.
Mas eu acho que viver é isso, tentar a achar a medida certa de todas as coisas. Mas fique bem claro, TENTAR.

Saturday, November 04, 2006

Para não tornar mistério

Os mistérios são sempre tão deliciosos!
Todas as histórias repletas de suspense, dúvidas e evidências chamam muito mais atenção do que as meras narrativas descritivas.
Todas as pessoas cheias de segredos e coisas que não podem ser ditas atraem mais nossas atenção do que as que dizem tudo e deixam tudo muito claro.
Aprender a falar apenas o necessário, nunca substituir a metáfora pela tradução literal.
Aprender a ser interessante, antes que a falta de interesse vire um mistério.

Wednesday, November 01, 2006

Não + Nada

O método é o meu companheiro mais leal. Sempre fui metódica e acho que sempre assim serei. Não sei não dividir em etapas as minhas obrigações e ir liquidando-as uma a uma. Mas e quando uma empaca? E quando tudo parece empacar?
Eu me desestruturo, eu simplesmente fico sem ação. Assim é como eu me sinto nessa vida de futura, quem sabe jornalista, quem sabe professora, quem sabe nonada.
Esse negócio de nonada é o máximo. Nonada significa quase nada, nadica de nada, é uma junção entre o não e o nada: não + nada = nonada. Meu deus, genial! Mas, e se eu me tornar uma nonada total? Será que os nonadas têm método? Será que existe método para o não nada? Que medo dos nonadas!

Monday, October 30, 2006

Sofisticada melancolia

“Eu vivo porque o instante existe”, tão forte isso!
Eu sempre achei essa frase recheada de melancolia. Mas como as coisas melancólicas são lindas!
Eu acho a melancolia chique. Nada mais parisiense do que ela. Quando eu conheci Paris tive a sensação de entender porque tudo que é melancólico se torna belo, por isso que amei aquela cidade mais do que bela.
Mas, nada mais maravilhoso do que não sentir o gostinho ácido e sofisticado da melancolia.

Sunday, October 29, 2006

Embriagues

Existem prazeres que são essencialmente pessoais. No final das contas tudo na vida é essencialmente pessoal, mas há sensações que são ainda mais subjetivas. O prazer de comemorar a “embriagueis do povo”, tanto dentro dela, só um embriagado de alegria pode descrever. E será que é descritível? Quem coloca toda a força dos pulmões num coro único, harmonioso e belo consegue sentir como é indescritível essa sensação! Hummmm, gostinho de chocolate com amêndoas.

Friday, October 27, 2006

Friends é clássico

Someone to face the day with, make it through all the mess with
Someone I'll always laugh with, even under the worst I'm best with you

Porque a música de friends é ainda melhor do que o seriado e olhe que quem gosta do seriado sabe a força disso que eu estou falando. Porque Manolo dizia que friends não pode ser considerado um seriado, é outra coisa, é tipo um filme que vira clássico. E porque ele tava mais do que certo. Porque quando eu vejo a letra da música eu sempre penso: puta que pariu, porque não fui eu que escrevi essa letra? Porque toda vez que eu escuto a música eu penso: é, eu sou privilegiada mesmo, eu tenho mais de um alguém que eu possa dizer “even under the worst I'm best with you”

Thursday, October 26, 2006

Pão com ovo, por favor

Como as imagens, os sons, os cheiros, os gostos e o tato mechem tanto comigo? Eu acredito sinceramente que os sentidos têm um acordo tácito, que nunca pode ser quebrado, de que cada um deve respeitar o poder de fogo do outro. E digo mais, sou totalmente a favor desse acordo verbal, afinal, nada mais perfeito do que a combinação de todas as sensações que cada um deles me permite sentir. Digo que é um acordo verbal porque nada mais forte do que o poder de uma promessa feita olhando nos olhos e com voz séria, porque as vozes podem ser muito sérias! Os pequenos prazeres da vida são exatamente o resultado da noção repentina do poder dos nossos sentidos. Só uma mulher com tpm, que tenha brigado com o namorado, saído do trabalho com ódio da chefe e se achando a pior pessoa do mundo sabe a felicidade que causa a primeira mordida de uma torta de sonho de valsa. Só uma pessoa fã de carteirinha de friends sabe o que é escutar a música de entrada do programa quando tá no trânsito infernal de seis horas da noite da Agamenon Magalhães, com hora pra chegar na Avenida Norte, com o mau humor saindo pela janela. Só quem passa mais de oito meses longe de casa sabe o que é sentir o cheiro tão maternal de mainha pela primeira vez depois de tanto tempo. Só quem está apaixonado sabe o que é o abraço forte da pessoa amada. Só quem ama o futuro sabe o que é ver o sorriso de uma criança desconhecida que te sorri a primeira vez que te olha. Que vontade de pão com ovo, e que felicidade é o prazer das pequenas coisas!

Wednesday, October 25, 2006

Lula lá, apaixonadamente parcial!

Passo o tempo e tanta gente a trabalhar,
de repente essa clareza pra notar,
quem sempre foi sincero e confiar,
sem medo de ser feliz,
quero ver chegar.
Lula lá...
brilha uma estrela,
Lula lá...
cresce a esperança,
Lula lá...
o Brasil criança,
na alegria de se abraçar.
Lula lá...
com sinceridade,
Lula lá...
com toda certeza,
Pra você,
meu primeiro voto,
pra fazer,
brilhar nossa estrela.
Lula lá...
é a gente junto,
Lula lá...
valeu a espera,
Lula lá...
meu primeiro voto,
pra fazer,
brilhar nossa estrela!!!!!!

Porque ninguém é imparcial e eu tenho que pensar seriamente em seguir carreira acadêmica. Fazer o quê se nasci pra ser uma pessoa apaixonadamente parcial?
Lula lá... Pra fazer brilhar nossa estrela!

Amor sutil

Eu tava lendo “Amor é prosa Sexo é poesia” de Arnaldo Jabor e além de constatar que ele é comprovadamente um chato, entendi que o amor é o que está na sutileza dos atos. Tá, na verdade o meu amor está na sutileza dos atos. Uma vez eu peguei uma discussão sem tamanho com Marcinho, exatamente porque ele não conseguia entender como os detalhes são importantes pra mim. Aí é que tá, os detalhes não são só importantes pra mim, eles são basicamente tudo pra mim. Mas, será que eu consigo transmitir nos pequenos detalhes o meu amor pelas pessoas? Se fosse possível eu amaria todas elas, mas como eu acredito que Jesus Cristo foi nada mais do que um filósofo das massas, eu nem me atrevo a pensar em tanto. Pois é, amo alguns, mas talvez nem eles tenham noção do tamanho desse amor e a culpa é da minha sutileza de detalhes. Camila Barbosa, eu amo muito você! Fui clara? Acho que sim, né? Tá, eu não amo só Camila Barbosa, mas eu a amo muito e eu quero que ela saiba disso. Nada de detalhes, nada de sutilezas. Câmis, te amo muito! E que esse amor não seja sutil pra você e não cure todas as dores, mas ajude a amenizá-las. O abraço apertado eu dou depois.

Tuesday, October 24, 2006

Sorriso com alma

Tão feliz hoje, tão feliz agora, tão feliz no presente. O sorriso está no rosto e na alma. Como a cumplicidade e o carinho conseguem fazer isso? Mistérios da vida que se depender de mim, nunca vão ser desvendados. Que a ciência saiba o seu lugar, e os sentimentos que norteiam a vida continuem sem explicação. Mas sem nenhuma possibilidade de explicação...

A Espanha que passou

Era Heráclito que dizia que tudo flui, não é verdade? Mas a verdade é que nem sempre as coisas deveriam ser tão volúveis assim. Às vezes deveria ser possível experimentar a mesma sensação vivida outrora, às vezes deveria ser possível tornar presente o que se fez passado. Que saudade eu sinto da Espanha! Porque a Espanha, não é só a Espanha. A Espanha é a possibilidade de viajar sempre que as low costs faziam promoção. A Espanha é ser feliz sozinha nas ruas movimentadas de Madrid. A Espanha é passar madrugadas inteiras rindo com as idéias malucas de Lucy. A Espanha é passar tardes e noites na casa das meninas ouvindo Marcela me dizer pra rir baixo, Mircalilda me dizer pra comer mais e acreditar nas invenções de Camila só pra me fazer de boba. A Espanha é os banquetes na casa de Serginho, as entradas na Internet no computador de Rodriguinho e o biscoitinho recheado de chocolate derretido do Burbujas. A Espanha é Pablito cheiroso e com Milanquita e Manolo mau humorado. A Espanha é Raquelita, sempre Raquelita. A Espanha é uma fase que terminou, e isso dá um aperto no peito, como tudo que fica pra trás e que nunca mais vai ser como foi.

Monday, October 23, 2006

Gosto de complexidade

Não existe nada mais perfeito do que a máxima: “cada cabeça um mundo”. Não que eu goste de citações. Na verdade eu detesto citações! Nada mais medíocre e inseguro que um discurso cheio de “segundo” e “de acordo com”. Detesto quem precisa se apoiar em outros para formular uma tese. Talvez minha insegurança seja tão grande que me utilizar de pensamentos alheios me cause uma sensação de impotência maior ainda. Não que eu não tenha tido minha fase de anotar todas as frases bonitas buscadas na Internet, lista telefônica e em livros de máximas. Não que eu não tenha tido minha fase de anotar no diário um pensamento por dia. Não que eu não tenha tido minha fase de achar que memorizar pensamentos consagrados fosse me tornar mais culta. Talvez seja esse trauma de adolescência que me tenha ocasionado o pavor eterno a citações. Mas, “cada cabeça um mundo”, é o tipo de citação que eu gostaria de ter feito. Então que assim seja. É tão perfeita que é a explicação pra todos os problemas sociais, de relacionamento e de toda natureza humana. Por que as separações, os rompimentos de sociedades, as rupturas de amizades eternas? Porque “cada cabeça um mundo!” Mas aí eu pergunto. Por que uma amizade com gosto de filme sem graça, brigadeiro passado do ponto e sala suja, tem o sabor mais maravilhoso? Por que a cumplicidade mais forte que eu já vi entre o entusiasmo e a paciência dá mais do que certo? Por que o relacionamento entre o simplismo e a complexidade tem a cara de mais perfeito e de mais gostoso? Porque “cada cabeça um mundo!” Que a máxima se reproduza, e que minha cabeça continue sendo sempre um mundo só meu.

Sunday, October 22, 2006

Trilha sonora do passado

Escolher é abrir mão, é abandonar o futuro possível, é tornar impossível o que talvez não precisasse ser descartado. Mas como não decidir? Como se isentar das escolhas?
O momento presente não tem trilha sonora, mas a vida é feita de “nostálgicas canções do passado”. Quem nunca escutou uma música e lembrou de um abraço apertado do tio mais querido que há muito tempo não vê? É certo que a vida são coletâneas de trilhas sonoras passadas!
Mas, e as escolhas? Que elas não tenham cheiro de trilha sonora, porque, se assim for, vão para sempre exalar passado! E que o presente seja assim, sempre mais cheiroso do que o peso das escolhas com saudade de futuro.
É assim que você fica depois de assistir “O diabo veste Prada”, porque os casacos não são apenas meros casacos!

Friday, October 20, 2006

PRETO E BRANCO SEM BRILHO

Eu queria ser um retrato bonito, em preto e branco, daqueles que ficam pra história, daqueles que ficam marcados na memória social de várias gerações.
Hittler de bigode ralinho, Marilyn Monroe de rosto levantado, sorrindo e insinuante. Que diferença faz a história! Marilyn era uma sonhadora cuja ambição e ingenuidade a matou, Hittler também foi morto pela ambição, mas a ingenuidade nunca o acompanhou. A imagem dele não é romântica, não é retrô, não é glamourosa. Sinatra em preto e branco... cadê os olhos azuis? Eu não tenho olhos azuis...
Tem gente que fica bem em preto e branco. Audrey Hepburn, a bonequinha de luxo, ela só é de luxo em preto e branco. Blanco y negro, adorava chamar assim na Espanha. Suena más elegante, ?verdad? ?Cómo no?, eu não sou elegante em preto e branco. É, não dá pra ser um retrato bonito em preto e branco, daqueles que ficam na memória social de várias gerações. Eu sou ingênua, mas nada de insinuante como Marilyn, nada de luxuosa como Audrey e nada de poderosa como Sinatra. É, então eu quero ser uma foto colorida daquela de cartilha antiga, dos primórdios da propaganda publicitária. Eu quero que meu sorriso tenha brilho, que meus olhos tenham brilho, que meu cabelo tenha brilho. Que diferença faz a história! Mas que ela não apague o brilho dos meus olhos...