Sunday, May 04, 2014

O Paço do Frevo

Ando reclamando muito do Recife. Dirigir todo dia da UFPE para as Graças anda ajudando bastante para tanta lástima. Tenho culpa na falta de mobilidade que assola a cidade, com meu carro que quase sempre conduzo sozinha, mas não acredito que ajudo tanto mais do que a falta de transporte público de qualidade, a falta de calçadas, a falta de tanta coisa. Sem falar da violência, da falta de respeito, da falta de serviços de qualidade...

Mas o sentimento de pertencimento é um privilégio que hoje, adulta, percebo como é valioso. Desde a morte de painho não brinco o Carnaval, mas, mesmo assim, sou totalmente parte dele. Conheço cada recanto das ladeiras de Olinda (cidade alta), onde passei a infância inteira carnavalizando. Conheço como poucos como é participar de verdade de um bloco, o da Saudade que o diga, e participei do início da retomada do Carnaval do Recife Antigo. Sou Recifense da gema, dos rios, das pontes e da praia, que, mesmo com tubarão, teria minha visita todos os dias, se o trânsito permitisse. Porque sou da zona norte e não trocaria os bairros que viram um só, como Aflitos, Graças e Espinheiro por nenhuma zona sul.

Visitar o Paço do Frevo, ontem, foi comprovar como é bom pertencer a alguma coisa. O lugar merece demais uma visita e não deixa a desejar a nenhum espaço cultural do mundo. O Paço do Frevo tem história, poesia, interatividade, fotografia, escultura, áudio e vídeo. O Paço do Frevo tem a história do Frevo, do Recife e, consequentemente, da minha própria vida a simbólicos R$ 6. O Paço do Frevo me fez sentir orgulho de ser recifense, como todo recifense que visitá-lo, certamente, irá sentir.         

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